05/08/2014 - Os alimentos que os brasileiros consomem são resultado da atividade desenvolvida por cerca de quatro milhões de trabalhadores rurais assalariados. É essa mão de obra que contribuiu para o aumento da produção agrícola do Brasil, que, em 2014, pode alcançar 184,2 milhões de toneladas, de acordo com o IBGE. No mesmo período, a área cultivada deverá somar 53,6 milhões de hectares. A expansão do setor acompanha também o crescimento dos problemas de saúde e segurança de seus trabalhadores. A fim de conscientizar sobre a prevenção de acidentes e doenças ocupacionais, o Grupo Interinstitucional do Programa Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT-DF/TO) de Trabalho Seguro (Getrin 10) terá o tema como foco de atuação para os próximos meses.

Para o juiz Francisco Luciano de Azevedo Frota, gestor regional do Programa Trabalho Seguro, o assunto é muito oportuno. “Estamos vivendo problemas seríssimos. Trabalhadores com câncer, doenças renais, hepáticas e que desenvolveram vários tipos de doenças. O trabalhador rural está desprotegido, não pela lei, mas pela deficiência na fiscalização e na efetivação de seus direitos”, observou o magistrado. O intuito, segundo ele, é dar visibilidade a essas questões. “Vamos tentar abrir os olhos da sociedade”, salientou.

Dentre as principais dificuldades vividas pelos trabalhadores do campo, o juiz destaca: trabalho escravo ou em condições análogas a de escravidão, doenças de pele devido ao longo período de exposição ao sol e problemas de saúde graves decorrentes do manuseio de agrotóxicos. “O homem do campo é um trabalhador absolutamente desprotegido em função da sua situação ‘escondida’. Tudo isso está acontecendo e nós não estamos percebendo”, alertou o gestor do Getrin10.

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Fonte: TRT 10