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Voltar Haitianos encontram um recomeço de vida trabalhando no TRT-MT

Haitianos encontram um recomeço de vida trabalhando no TRT-MT

Em busca de uma vida melhor para si e para a família, as pessoas são capazes de passar anos estudando, de criar novas oportunidades, de ir em busca do desconhecido desde que lá haja pelo menos a certeza de trabalho. Nesta esperança, centenas de haitianos têm vindo para o Brasil regularmente desde o ano passado, quando firmou-se um acordo entre Brasil e Haiti, permitindo a emissão de 1.200 vistos permanentes por mês para esses imigrantes.

Grande parte deles vêm para Mato Grosso, onde têm conseguido encontrar emprego com certa facilidade. De acordo com o professor do curso de História da UFMT, Vitale Joanoni Neto, a oportunidade oferecida pelo Brasil reflete a preocupação do governo brasileiro em se projetar internacionalmente como liderança na América Latina.

Entretanto, ainda há muitos problemas enfrentados por essas pessoas, tanto para chegar ao país como para se manter aqui. Os principais obstáculos apontados são a dificuldade financeira para chegar aqui e se manter, a barreira linguística, a falta de qualificação e o preconceito.

Do ponto de vista trabalhista, há um ponto positivo: estrangeiros que trabalham no Brasil têm os mesmos direitos garantidos aos brasileiros na legislação brasileira. Em contrapartida, os direitos trabalhistas existentes no país de origem não podem ser usufruídos enquanto o imigrante estiver no Brasil, exceto no caso de contratos provisórios e vinculados ao país de origem.

Haitianos no Tribunal

Nessa saga cotidiana vivem nove haitianos que chegaram em Cuiabá há cerca de um mês e estão trabalhando no Tribunal Regional do Trabalho de Mato Grosso (TRT-23). Ludeline Petit Fue (35), Mimose Exena (27), Mirlande Aristilde (27) e Cedeline Laroguy (20) trabalham para a empresa Luppa, nos serviços gerais do Tribunal. Bertrand Odelin (32), Davidson Pierre (20), Lovekens Faustin (34), Danes Abelard (31) e Youvensky Antoine (23) estão trabalhando a serviço da empresa Total Ar nas adequações do sistema de refrigeração do complexo-sede. São pessoas que vieram em busca unicamente de trabalho, no intuito de oferecer melhores condições de vida para suas famílias.
Haitianos estão trabalhando em empresas que prestam serviços para o TRT de Mato Grosso

A maioria deles foi afetada com o terremoto que devastou o Haiti em 2010, perdendo suas casas e até mesmo parentes. Bertand conta que após a catástrofe, começou a ser divulgado no Haiti que o governo do Brasil estava disposto a ajudar os haitianos, concedendo vistos e empregos para os que quiserem vir para cá, além da ajuda humanitária aos que permaneceram naquele país. Outro fator para a escolha do Brasil como nova casa foi a cultura do futebol. “Na Copa do Mundo, os haitianos gostam de torcer para o Brasil”, conta Bertrand.

Ao chegar a Cuiabá, eles podem ficar durante um mês na Casa do Imigrante. Depois, procuram continuar unidos, dividindo casa ou morando em quitinetes vizinhas. Até mesmo os salários são divididos para custear as despesas domésticas e alimentícias.

(Fonte: TRT-23)

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